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Mostrando postagens de novembro, 2020

Mortem

 É falta. Falta em campo, é agressão. Falta de vida, humanidade e de capacidade de continuar. Falta de destino. E essa falta, esse erro na Matrix   nos faz e nos torna falta. Faltosos de alguém, com algo a menos, com vida a menos.  É empurrão. Na esperança dos afetados, empurrão do penhasco dos sonhos, na vida procrastinada e não valorizada. É aquele de sacudir o interior, que vem por trás, totalmente inesperado.  É confusão. Latim para os monolíngues . Enigma indecifrável do inferno que vivemos. Cubo mágico com uma cor a menos, insolúvel. Inadmissível, é luz que não clareia. Luz ultravioleta, desnorteia. É enxaqueca, vertigem, tropeço e tonteira.   É tiro. Na cabeça de todos que não são mais sãos. No coração de quem precisa sofrer. Pela culatra do destino. No pé dos desavisados. É o de borracha que acerta na virilha, no foco mais sensível do humano. É tiro de onda da entidade que carrega a foice, levando mais um.  É droga. Daquela dita toda hora, sempre presente. Daquela posta na boca

Sobre não calar o peito

Eu sempre achei muito difícil escrever sobre o amor. Posto em altar do jeito que era, ele sempre me intimidava. Quando achava as palavras certas, logo me vinham vozes de pessoas supondo que o texto tinha um alvo, um alguém. Achava melhor evitar a fadiga e a discussão. Nunca quis ter que discutir meus sentimentos com quem quer que lesse. A verdade é que provavelmente todos os meus textos têm inspirações. Sentir algo me dá vontade de escrever, porém isso também traz medo; de que um dia isso acabe e a vontade de escrever se vá também. Talvez o meu futuro como escritor dependa unica e exclusivamente da minha vida amorosa. Externalizar o que existe em mim através de parágrafos ratifica meus sentimentos. Entretanto, como posso escrever somente quando há borboletas no meu estômago? O que sobra para o vazio? Como ficam as palavras quando não há amor como conexão? Como interligar clichês e sertanejos sem o nome dela no meio? Quem apoia o desamor? Acredito que é um processo. Sabemos lidar com as